O tema Diversidade e Inclusão vem cada vez mais ganhando espaço na agenda de empresas comprometidas com o desenvolvimento de seus talentos e mercados. Implantação de políticas e práticas voltadas à inclusão de negros, mulheres e da comunidade LGPTQ+ está na pauta das maiores empresas do mundo.
Pesquisas têm mostrado que equipes com características distintas são mais criativas e mais capazes de promover a inovação. Além disso, empresas que apostam em diversidade conseguem obter mais lucros, além de promoverem a confiança e o trabalho em equipe, têm ambientes de trabalho mais felizes e uma maior retenção de talentos.
Entre essas pesquisas, duas chamam atenção. O primeiro é o estudo realizado pela DDI, organização de análise e pesquisa, e pela consultoria EY, que analisou 2,4 mil empresas de 54 países, apontando que instituições que tiveram 30% de diversidade no quadro de funcionários apresentaram melhores resultados financeiros. Um outro estudo, da McKinsey & Company, junto a mais de 3.900 funcionários em vários níveis, de mais de 1.300 das maiores empresas da América Latina, mostrou que empresas que adotam a diversidade tendem a superar outras empresas em práticas de negócios como inovação e colaboração.
A chegada da Geração Z (nascidos a partir de 95) no mercado de trabalho também trouxe esse assunto a pauta. Uma geração que tem como uma das características a valorização da diversidade em todas as formas. O fato de termos uma sociedade se tornando cada vez mais mais plural e inclusiva, faz com a com que alguns profissionais olhem a diversidade e a inclusão como um dos fatores essenciais para escolher a empresa em que desejam trabalhar.
Outro ponto importante para analisarmos é a legislação brasileira, que exige que empresas com mais de 100 funcionários destinem entre 2% e 5% das vagas para profissionais que tenham algum tipo de necessidade especial (Lei nº 8213 de 1991).
Dentro dessa discussão, os benefícios inclusivos passam a ganhar força, já que prezam a equidade, ao oferecer oportunidades e apoio ao bem-estar para todos. Os empregadores que mantêm programas de benefícios tradicionais e amplamente definidos correm o risco de excluir minorias e grupos vulneráveis da força de trabalho por muitas razões.
Alguns exemplos de benefícios inclusivos são: a licença parental para os dois membros do casal; suporte na adoção de crianças; preservação de fertilidade/ congelamento óvulos; apoio financeiro para adaptação/ modificação da casa (PCDs); tratamento fertilização e apoio para a saúde mental.
Importante ressaltar que os programas de diversidade e inclusão ainda não são uma tendência de mercado, porém passaram a ganhar força em alguns segmentos específicos, como o de Tecnologia. Um exemplo é a IBM Brasil, que conquistou o primeiro lugar no ranking Melhores Empresas para Trabalhar LGBTQI+ 2021 da consultoria global Great Place to Work (GPTW). A IBM , além de outras práticas inclusivas, concede aos casais homoafetivos os mesmos benefícios oferecidos aos casais heterossexuais legalmente casados, além de proporcionar apoio médico, psicoterápico e psicoterapêutico aos seus funcionários trans, oferecendo, ainda, cobertura de todos os procedimentos do processo transexualizador e subsídio de 75% na compra da terapia hormonal, com extensão também aos filhos ou dependentes legais de seus funcionários que sejam transgêneros.
Ao promover e defender a diversidade, as empresas se preparam para atrair e reter os melhores talentos e criar um ambiente altamente produtivo onde as pessoas se sintam livres para serem elas mesmas no trabalho. Com diversos estudos mostrando os benefícios da inclusão, alavancados com as boas práticas das empresas líderes de mercado e maior conscientização da sociedade, a tendência é que o tema ganhe ainda mais relevância nos próximos anos.